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terça-feira, 25 de julho de 2017

Da suposta "Máfia da Semfaz" para o trono da saúde municipal

O empresário Lula Filho deixou a secretaria municipal de Governo para assumir a Secretaria Municipal de Saúde
Ainda não estão bem explicados os reais motivos que levaram o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), a demitir sumariamente, na última segunda-feira, 24, a então secretária municipal de Saúde, Helena Duailibe, do cargo ao qual vinha ocupando desde fevereiro de 2014. Na época, quando foi convidada a assumir a função, ela estava na condição de vereadora da capital e substituiu o ex-secretário César Félix, que nem bem esquentou a cadeira da pasta, passando apenas sete meses no cargo.

Considerada uma pessoa bastante equilibrada, carismática e conhecedora da área da saúde, a médica Helena Duailibe ganhou notoriedade no setor por ter sido secretária estadual na gestão do ex-governador José Reinaldo Tavares e depois ter sido titular da pasta na administração do saudoso prefeito João Castelo (PSDB), tendo também sido eleita vice-prefeita de São Luís.

No entanto, nenhum desses requisitos básicos teria sido o suficiente para que o prefeito reeleito Edivaldo Holanda Júnior pensasse duas vezes antes de exonerar, de forma drástica, a médica Helena Duailibe (foto), trocando-a pelo simples mortal e empresário Lula Filho, que nada entende de gestão na área da saúde. O que leva a crer que o que estava pior, pode piorar ainda mais.

O problema maior é que esse mesmo Lula Filho, até o mês passado, virou manchetes em blogs e noticiários na imprensa local sobre suposto envolvimento com uma apelidada "Máfia da Semfaz". O então secretário municipal de Governo passou a ser acusado de ter tido débitos tributários "baixados indevidamente" do sistema informatizado da Secretaria Municipal de Fazenda (Semfaz), em benefício próprio.

Seriam débitos fiscais referentes ao período de janeiro de 2012 a maio de 2017, relativo às empresas de propriedade do próprio secretário Lula Filho: a Sucesso Assessoria e Marketing Esportivo e o Instituto de Desenvolvimento Profissional e Pessoal- ME. A primeira empresa possuía débitos que variavam entre R$ 1,5 mil à R$ 1,9 mil. Enquanto os débitos da segunda empresa eram entre R$ 8,3 mil à R$ 9,5 mil.

O caso explodiu como uma bomba no âmbito da Câmara Municipal de São Luís e levou parlamentares, tanto da base quanto de oposição ao prefeito, a pedirem até a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias contra o secretário Lula Filho, considerado o homem-forte do prefeito Edivaldo.

Eis que mesmo nesse ambiente atípico, com toda essa bomba pairando sobre a cabeça do empresário Lula Filho, o mesmo acabou sendo premiado com o novo cargo de secretário municipal de Saúde, função que deixa dúvidas sobre a sua potencialidade para tamanha pasta que vive o caos financeiro e estrutural e que vinha sendo carregado nas costas pela secretária-demissionária.

No entanto, a então titular Helena Duailibe não servia mais e a troca seria inevitável. Nos bastidores corre a notícia de que o prazo de validade dela teria vencido, por ela não ter contido a sangria que originou o corte de R$ 2 milhões na saúde municipal. Outros atribuem os fatos a questões meramente política, cuja ordem para exoneração teria passado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) numa guerra insana contra o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, por suposta infiltração de pessoas ligadas a Murad na pasta.

Mas ao que tudo indica, uma coisa é certa: a médica Helena Duailibe não teria pedido demissão da pasta, mas sim, sido defenestrada a bel prazer da posse do empresário Lula Filho.

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